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Foto: Estádio Roberto Simonsen. SESI Manaus. Autor: Geóg. M. Bechman, 2012. |
Muito se fala mal do futebol amazonense na grande mídia, mas ainda bem que existe a internet e apossibilidade de mostrar a nossa visão sobre os eventos. Como andarilho tenho ido aos jogos de futebol do campeonato amazonense de futebol e a despeito da "cultura" inventada de que o futebol do Amazonas não existe, busquei registrar algumas imagens que retratam bem a minha ótica sobre o nosso futebol.
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Foto: Os torcedores lotam o Sesi na Decisão do Primeiro Turno.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2012. |
A decisão do 1 turno no dia 17 de Março deste ano entre Princesa do Solimões e Nacional lotou os dois jogos, tanto no estádio Gilbertão em Manacapuru quanto em Manaus no Roberto Simonsen.
De fato, a organização dos clubes amazonenses deixa a desejar e a imprensa local que cobre o esporte pior ainda, pois não divulga positivamente os eventos esportivos quanto ao tamanho de seu merecimento. Veja, mesmo não havendo uma imprensa capaz de mover multidões aos estádios, é uma imprensa que sofre da síndrome do colonizado, em que apenas aprecia e enaltece os eventos produzidos em outras praças esportivas. É uma imprensa autodepreciativa e depreciativa de seus produtos, entre eles, o futebol. Decerto, que muitos cronistas não participaram da história do futebol amazonense e também não se identificam com o mesmo, pois foram educados para "fora" a partir da matriz cultural de outras regiões, além de não conhecerem a história dos clubes amazonenses.
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Foto: Princesa do Solimões. Autor: Geóg. M. Bechman, 2012. |
Assistindo aos jogos principais do certame, descobri que na verdade temos uma imprensa fraca e um futebol que não é ainda brilhante mas tem grandes valores dentro de campo. Um verdadeiro paradoxo, pois assistimos ao avanço do futebol apenas dentro das quatro linhas, ou seja, do túnel para o campo. Dirigentes não confiáveis estão a varejo e corroboram para uma imagem pouco apreciável do futebol amazonense.
Verdadeiras oligarquias se formam nos clubes e nas instituições ligadas ao futebol amazonense, tornando-se verdadeiras ditaduras como uma longividade impressionante superando décadas. A desmobilização dos torcedores parece também contribuir para este cenário, embora existam pessoas realmente sérias que amam o ludopédio e que ainda não tem força política para a reforma das instituições do futebol amazonense.
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Foto: Estacionamento improvisado no Roberto Simonsen.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2012. |
Uma imprensa descomprometida e uma elite no futebol que trabalha para o descaso com os clubes amazonenses, só poderíam conduzir o Amazonas ao papel coadjuvante no cenário futebolístico brasileiro. Com o grito engasgado na garganta os torcedores vão ao estádio empurrar seus clubes com o entusiasmo juvenil de adultos e crianças que sonham com um futebol digno das tradições da Terra de Ajuricaba.
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Foto: Av. André Araújo em dias de Jogos do Amazonão.
Autor: Geóg. M. Bechman, 2012. |
Neste sábado 19 de Maio, assisiti e me emocinei com a primeira partida da decisão do Campeonato Amazonense 2012 entre Nacional e Fast Clube (O Clássico Pai-Filho) que terminou com o empate em 2 a 2 aos 46 minutos na arrancada e no arremate do centro-avante Leonardo do Nacional para a explosão incontida da torcida azulina que mesmo com os ingressos majorados em 100% compareceu em bom número ao Clube do Trabalhador no Aleixo.
Contra o ingresso, a não divulgação passional do evento pela imprensa local colonizada, dirigentes não confiáveis, o torcedor ainda vai ao estádio e sentir a emoção que transformou este esporte num signo global de intercâmbio. Belíssimo jogo. O Fast joga um belo e vistoso futebol e o Naça é só emoção com sua torcida fiel e apaixonada que empurram seus atletas para as vitórias. Um clássico digno de um povo que ama o futebol, mas não é amado por suas elites.
Saudações Geográficas!