domingo, 9 de fevereiro de 2020

ETERNO RETORNO AO FUTEBOL AMAZONENSE

FOTO: ARENA DA AMAZÔNIA. 2020.


Estamos de volta aos estádios. Desde 2014 não acompanhamos mais o futebol amazonense em função das várias situações postas que vão desde a Copa do Mundo de Ludopédio da FIFA até a nossa colonizada imprensa, passando é claro, pelos dirigentes de nossos clubes. 

Fomos ao jogo Nacional F.C x Amazonas F.C na Arena da Amazônia Vivaldo Lima. Nessa volta, vimos um  campo de jogo maltratado, gramado em lastimável condições e as cadeiras do estádio já perdendo as cores vibrantes que embelezavam aquela arena outrora tão linda.

Antes de 2014, a crônica esportiva amazonense reclamava que não dispunha de estádios e condições que alavancassem o futebol local. Em 2020 temos três bons estádios, a Arena da Amazônia Vivaldo Lima, o Ismael Benigno (Colina) e o Carlos Zamith no bairro do Coroado, isto sem falar no interior da região metropolitana, Floro de Mendonça (Itaquatiara) e de Manacapuru.

Os clubes permaneceram praticamente na mesma. O Nacional nunca deixa de ser a eterna esperança de termos um clube antigo e grande entre os grandes no cenário brasileiro. O São Raimundo lutando para voltar a ter um céu celeste e o Nacional Fast Clube com a eterna garra de um time de eternos amantes do futebol. Grupos fechados com visões fechadas proporcionaram o nascimento de outros clubes como o Manaus F.C e o Amazonas F.C dissidências do Leão da Vila Municipal, aliás mais duas depois do Fast.

A verdade é que chegamos ao século 21 e não temos um representante na elite do futebol brasileiro. E estas novas agremiações foram nascendo deste certo inconformismo. Sim, gerações que já nasceram sem identidade com o futebol do Amazonas representados pelos clubes centenários sem títulos de expressão regional ou participação nacional digna de nota. Desse modo, a 5a economia do Brasil está ainda órfã de um clube de futebol que a faça se sentir parte do universo futebolístico nacional.

E a imprensa colonizada do Amazonas? Bem, continua colonizada e anciã, dando sinais de caducidade. Crônica que ainda não leva os ex-jogadores para dentro dos estúdios, repórteres de campo que não vivem o futebol e nem o cotidiano dos atletas. Locutores que fazem apologia e se deslumbram com o futebol europeu e de outras regiões do Brasil, marcando assim esse "provincianismo" do Amazonas.

Aliás, as matérias televisivas são sempre levando os torcedores a verem o futebol como "entretenimento", uma brincadeira. Sempre levado na galhofa. Daí o título do campeonato apelidado de Barezão por esta imprensa, que em vez de homenagear, ganha mais o tom de depreciar, quando o melhor deveria ser o Amazonão para orgulhar e dar dimensão da grandeza deste estado que pode muito bem ter sido o primeiro lugar a ter recebido uma partida de futebol no Brasil.

Afinal, no final do século 19 e inicio do 20, as empresas inglesas construíram nosso porto do Rodway e a rede de esgoto do Centro Histórico, será que ninguém sabia jogar bola?. Espero que os jovens respondam a este momento. O momento é de vocês.

E o jogo? Ah, no campo o perigosíssimo Amazonas F.C fez no primeiro tempo jogadas melhores que o Leão, e o Naça com a luta de sempre igualou. O Jogo foi empate em dois tentos para cada lado. 

E a volta ao estádio? Indescritível. A emoção, o barulho das torcidas, a vibração, a companhia da família e o papo sobre futebol de sempre, focado na bola...a magia do futebol, o orgulho dos "moleques"de agora, o torcedor humilde e apaixonado, os fanfarrões e seus gritos de incentivo e xingamento e a explosão do gol, ah que êxtase! E esse meu coração que não muda de cor...



Naça é Naça, o resto é fumaça!

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