segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

MANAUS: PAISAGEM COSMOPOLITA

Foto: Teatro Amazonas. Manaus. Autor: M. Bechman, 2012.

Aviso aos andarilhos da Terra de Ajuricaba: não esperem ver em Manaus, a imagem caricata vendida e reforçada pela mídia brasileira, como um lugar perdido na floreta equatorial, imagem do absurdo e da última fronteira da civilização. Quando forem a Manaus, lembre que este lugar surpreende quanto fascina.

Imagine nobres andarilhos do mundo, que Manaus tem marcas profundas e sedimentadas na sua paisagem urbana, dignas de relatos de grandes épicos e prova contumaz da engenhosidade e capacidade humana de conquistar e colonizar as mais distintas regiões do planeta.

Inserida na Amazônia brasileira, Manaus foi uma base militar importante para a fixação da civilização ocidental na região, suprimindo as civilizações nativas como as presentes no Rio Negro. O projeto urbano de Manaus denuncia isto em sua paisagem construída com o Porto Flutuante de Manaus construído em 1902, o Prédio da Alfândega, o Reservatório de águas do Mocó, Galerias de esgoto, além das Pontes de ferro construídas no inicio do século XX pelos ingleses. Sim, a Inglaterra sempre foi muito presente na paisagem urbana de Manaus.

Foto: Prédio da Alfândega. Manaus. Autor: M. Bechman, 2013.
Neste sentido, é importante que o andarilho, leia a paisagem urbana de Manaus, a partir de uma visão de mosaico cosmopolita, com a presença na face da cidade da materialidade espacial dos portugueses com o Hospital Beneficente Português e o belíssimo prédio do Luso Sporting Clube no centro histórico de Manaus, além das construções em alvenaria com assoalhos altos adaptados ao clima equatorial para a circulação de ar e refrigeração das residências.

Foto: Luso Sporting Clube. Manaus. Autor: M. Bechman, 2013.
Só para os andarilhos terem uma idéia deste lugar impressionante é a presença francesa na arquitetura de algumas construções como o prédio da Aliança Francesa e o magnífico Mercado Adolpho Lisboa no Centro de Manaus, sem dúvida, um dos mais belos do mundo, margeado pelo imponente e histórico Rio Negro que banha a cidade dos manauaras.

Foto: Mercado Adolpho Lisboa. Manaus. Autor: M. Bechman, 2013.

Há na cidade, ainda muitas rugosidades - testemunhos de tempos pretéritos - que adensam este cosmopolitismo manauara manifestados nas edificações das igrejas como a de São Sebastião e a da Imaculada Conceição (Matriz) e claro, é um "Pecado de morte" não conhecer o Teatro Amazonas. Caros amigos e amigas andarilhas, não desejamos aqui realizar uma tese de mestrado ou doutorado em Geografia, pois neste espaço da escrita não teríamos fôlego para andarilhar por esta rica história de 344 anos da cidade dos manauaras, barés, tarumãs... Nossa intenção é apenas servir bússola para os sempre ousados andarilhos e desbravadores deste vasto mundo!

Sejam Bem Vindos á Terra dos Manauaras!


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