sábado, 2 de fevereiro de 2013

ANDARILHO NO SAMBA DE MANAUS

Foto: Ensaio da GRES. Vitória Régia. Autor: Geóg. M. Bechman, 2013.
Neste período carnavalesco, este andarilho visitou os ensaios das Escolas de Samba de Manaus e no embalo realizamos o nosso trabalho de registrar e apreciar estes verdadeiros símbolos dos bairros manauaras.

No Bairro da Praça 14 de Janeiro, cujo nome é uma homenagem a Revolução Popular de 1892 que destituiu o governador do Amazonas, o samba tem raízes afrodescendentes com o surgimento da Escola Mixta da Praça 14 em 1948. É uma escola de massa, cuja identidade é o samba no pé. Neste ano, a Verde-rosa amazonense homenageará o Centenário do Nacional Futebol Clube, o clube mais popular do Amazonas.

Foto: Famosa Bateria da GRES Balaku Blaku. Autor: Geóg. M. Bechman, 2013

No Centro de Manaus, temos a GRES Balaku Blaku, escola que começou com uma batucada nos desfiles de carnaval na Av. Djalma Batista, tem na sua Bateria sua maior primazia. Neste ano, a Balaku Blaku cujo simbolo é uma Águia Dourada vem com um enredo tratando do Dinheiro. Nos ensaios, de todas as escolas de samba, a Bateria da Balaku impressionou com vibração de suas linhas de surdos e tamborins (Um show!).


Foto: Ensaio do GRES. Mocidade Independente de Aparecida.
 Autor: Geog. M. Bechman, 2013.
No bairro de Aparecida, temos a Escola de Samba Mocidade Independente de Aparecida, que durante décadas rivalizou com a GRES Vitória-Régia. Uma escola com a presença clara da elite socioeconômica amazonense, a escola vem forte com o enredo sobre as Ikamiabas (Amazonas) e como dizem na "Aparecida bate forte o tambor".


Foto: Ensaio da GRES Presidente Vargas. Autor: Geóg. M. Bechman, 2013
Do bairro de Presidente Vargas, antiga Matinha, vem a GRES Presidente Vargas, em nossa opinião um dos melhores sambas-enredo deste carnaval, homenageando o Centenário do Atlético Rio Negro Clube, o Galo da Praça da Saudade, com muita energia e vontade a comunidade da Matinha, vem se esforçando para mostrar um belo desfile no Centro de Convenções. As ruas estreitas do bairro, recebem grande contingente de pessoas para assistirem e sambarem com a Presidente Vargas.

Foto: Ensaio da Bateria da GRCES A Grande Família.
 Autor: Geóg. M. Bechman, 2013.
"Meu São José é assim...bate na palma da Mão..." É com este refrão que os ensaios da GRCES A Grande Família do bairro do São José começam. Com uma quadra nova e com um banheiro para o público gay, a escola vem com um enredo crítico homenageando um programa de TV local. Na bateria, muitas coreografias poderão fazer a diferença no desfile oficial.


Saudações Geográficas!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

SAMBA DE MANAUS X BOIS

Foto: Casal de Mestre-sala e Porta-bandeira da GRES Unidos do Alvorada.

O Carnaval de Escolas de Samba de Manaus, é considerado o terceiro melhor do país. De forte tradição popular, as Escolas de Samba tem grande e intestinal ligação com os bairros da cidade de Manaus. Mesmo com recursos limitados, as Escolas de Samba de Manaus, vem dando um verdadeiro show de resistência, todos os anos lotando os 180 mil lugares do Centro de Convenções de Manaus, não fosse este desprestígio por conta do poder público - que em momentos de eleição sempre fala em investir na cultura, certamente a colocação deste evento em nível nacional seria bem melhor.

Foto: Ensaio da GRES. Vitória-Régia. 2013. Autor: Geóg. M. Bechman, 2013.
As Escolas de Samba de Manaus tem uma identidade com os seus bairros e apesar dos esforços de governos passados em "privatizar" esta festa sob o olhar desconfiado dos sambistas e do público, a capacidade de organização e mobilização destas agremiações surpreendeu e o desfile das escolas de samba não declinou.

Imagem: Livros sobre a História do Samba Amazonense. Autor: Geóg. M. Bechman, 2013.
A "Boizificação do carnaval amazonense" é estimulada em nome de um pseudo-turismo e a venda de uma imagem de identidade ao resto do Brasil, mais voltada a Amazônia. Logo, lembramos que seria como vender a imagem das "Quadrilhas Nordestinas" que ocorrem no mês de Junho como Festa de Carnaval somente para inserir a região no imaginário popular brasileiro.

Logo, estas elites comerciais que pretendem vender esta imagem de carnaval distorcida não possuem nenhuma identidade com a região, daí não respeitarem a cultura da representatividade das escolas de samba de Manaus para a história do Amazonas. Trata-se apenas, de uma ação de comercialização de venda, sem o compromisso com a memória popular. Felizmente, o Samba Manauara vem resistindo...sem investimentos vultosos e com a força de suas comunidades vem tornando esta cidade de Manaus, um pouco mais doce! 

Foto: Bateria da Vitória-Régia. Autor: Geóg. M. Bechman, 2012.

Para se ter uma idéia, os Bois de Parintins recebem em média, 1 milhão de reais cada um enquanto as escolas de samba recebem a mesma quantia (e quando recebem!) e dão um belo show no sambódromo. Não se pode aqui discriminar a cultura em nome simplesmente de uma vontade de negar sua verdadeira identidade para fins de turismo - que depende de muitas outras coisas que o evento em si. Temos que brincar o carnaval e o boi porque queremos estar felizes e não porque temos que nos vender como produto turístico.

Estaremos no Desfile das Escolas de Samba, sambando até a última escola passar, se emocionando, cantando a vida, no gogó e no samba no pé...pela Vitória-Régia, pelo Reino Unido da Liberdade, pela Alvorada e por todas as outras escolas que tragam consigo uma mensagem de alegria e felicidade!

Saudações Carnavalescas!