segunda-feira, 9 de julho de 2012

RUMO Á PARINTINS, DIÁRIO DE BORDO 1

Foto: Rio Amazonas.Autor: Geóg. M. Bechman, 2012

De  Manaus a Parintins, fizemos a opção de Barco, via Rio Amazonas. O Navio Parintins foi o escolhido por ser casco de ferro e pelo tamanho ser imponente o suficiente para oferecer uma certa segurança aos andarilhos. Tudo é muito novo, mas a tortura por busca de informações seguras sobre o trajeto e embarcações, foram diluídas ante a paisagem exuberante do Amazonas. O vento, as águas e a paisagem sob o sol amazonense, tornou nossa viagem um pouco mais prazerosa. Reconhecemos que descer o rio Amazonas é mesmo bem melhor que subí-lo.

 
Foto: Encontro das águas, do Rio Negro com o Rio Solimões
. Autor: Geóg. M. Bechman, 2012.


Só para se ter uma idéia, viajamos em 18 horas do Porto do Rodway em Manaus, tendo duas paradas, uma no Porto da Manaus Moderna para pegar passageiros que compraram seus bilhetes nas "agências" da Manaus Moderna e aí o embarque pareceu uma fuga cinematográfica de guerra para acessar o barco com destino á ilha tupinambarana. A  segunda parada do Navio Parintins foi no posto da Marinha para contar os passageiros, sendo aferidos 511 de uma capacidade de 615 para esta embarcação. Feita a vistoria, seguimos em direção a Parintins. Na passagem pelo encontro das águas dos rios Negro com o Solimões a beleza e gênese divina na formação do Rio Amazonas, o Negro com suas águas ácidas na cor de café com as águas barrentas do rio Solimões. A brisa constante já se torna um importante antídoto para os males causados pela vida urbana e para as doenças capitalitas como o stress, a fadiga e a ansiedade.


Foto: Redes atadas na embarcação. Autor: Geóg. M. Bechma, 2012.

Nosso passaporte, nas redes atadas no barco e trançadas a tantas outras pessoas com as suas, nos dão a clara idéia de que somos iguais, independente da formação profissional, da cultura e do gênero. Estávamos ali, num mesmo destino, embora diferentes em quase tudo. Mas, a grandeza do Amazonas simplesmente assusta, admira e encanta os andarilhos. O rio Amazonas está em vazante, mas ainda pode-se observar propriedades inundadas ao longo de suas margens, num ritual de séculos, misturando-se á própria mística da criação e recriação das paisagens amazônicas e amazonenses.

Cada residência na imensidão da paisagem natural, parece revelar a insgnificância da presença humana na vastidão da Amazônia. E, cada família cabocla transforma-se em heroína perante o gigantismo do imperador dos rios, o Amazonas. Neste cenário, o Amazonas ainda dá a tom da vida.


Foto: Crepúsculo no Rio Amazonas. Autor: Geóg. M. Bechman, 2012.

Chegado o entardecer, o espetáculo da criação se mostra fielmente a partir do maravilhoso crepúculo que une sol e água, num caminho refletido nas águas do rio Amazonas. Um dos prêmios no trajeto de barco. Os tons dourados do rio iluminados pelo esplendor dos raios solares contrasta com a paisagem em verdes e de diferentes nuançes e cores esbranquiçadas das esécies vegetais em processo de realimentação da vida no rio Amazonas, paisagens aliás que lembram o inverno das zonas temperadas em descompasso ao verde variado da floresta higrófila. Isto é apenas um relato ínfimo de uma viagem pelo gigante Amazonas. A noite chega, e os pontos iluminados tornam-se mais escassos e a companhia de uma lua crescente ilumina a imensidão de água no cumprimento do destino. Estamos no meio do Amazonas e os andarilhos recolhem-se ás redes para o repouso, embora para este andarilho, sono é uma coisa, a ser desfrutada apenas em seu retorno á Manaus.

Saudações Geográficas!

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